Los Bonsáis
Radio Universidad de Coimbra [Pt]: Festa De Aniversario De La hora Del Dr Osmond
RUC @ FESTA DE ANIVERSÁRIO DE LA HORA DEL DR. OSMOND [ES]
Comemorou-se no passado Sábado a festa de aniversário do programa de rádio alternativo La hora del Dr. Osmond, um espaço de música independente da responsabilidade de Borja Alcazar. Há um ano que é um espaço de referência para os amantes da cena alternativa, com todas as novidades, lançamentos, entrevistas, um programa para ouvir online ou na frequência local 107,6 FM, na rádio Onda 29. Mais recentemente conta também com uma revista gratuita, editando o primeiro número em especial para a festa de aniversário. A revista estará disponível para download gratuito e também nos principais pontos culturais de Asturias. Há primeira vista, podemos considerar Borja Alcazar um messias da cena alternativa, um diplomata do serviço público.
Com a abertura de portas marcadas para as 19h, foi pouco mais tarde que começou o festival com Daniel García Granda que recitou poesia acompanhadado de fundo ao som de guitarra acústica sonava êxitos da música indie. As pessoas iam chegando e pairava um bem estar no ar. Sentia-se que ia ser uma noite comprida e cheia de emoções forte. Logo de seguida tocaram os Arkanine, Hugo e Dani, dois amigos. Um projeto que começou num quarto nem há dois anos e que aos poucos têm chamado a atenção dada a sua audácia e irreverência. Vão marcando o seu espaço na cena alternativa e underground asturiana. Com um som muito particular, electrónica post-rock e experimental, amaduraram bastante deste o seu primeiro concerto e estão no caminho certo. Depois da tempestade veio a bonança e a pop cuidada dos Musel, o novo projeto de Óscar Vilariño, que já passou por outras bandas como os Triângulo Amor Bizarro e A Veces Ciclón. Junto com Xabi Pinêro e Omar Feijoó, são oriundos de Lugo na Galiza. Têm formação nova e estão a projetar o disco para este ano sob o selo Acuarela, a editora madrilena.
Depois veio Pablo und Destruktion, nada mais nada menos que Pablo G. Díaz o verdadeiro artista na ascensão da palavra, mostra-se ao mundo num “individualismo característico da modernidade líquida, com um olho posta na cultura popular e na sociedade pós-industrial”. Chegou a gravar um disco num estúdio numa aldeia de cinco habitantes chamada Morvís onde se isolou durante um ano. Já andou por toda Europa e passou por terras lusitanas. Folk cheio personalidade, com tendências rock psicadélico, lirismo catártico com um sentido estético fortíssimo. Tem novo disco este ano, chama-se Sangrín e com certeza iremos ouvir falar dele em Portugal.
Este festival já ganhava contornos celestiais, não tivessemos nós no Supernova, o melhor bar da cidade de Oviedo, palco dos melhores concertos da região e onde se pode ouvir a melhor música. Quando entraram em palco Los Bonsáis, já não era só eu que estava em euforia, a pop de Nel e Helena contagiou a todos. As suas músicas acentaram como uma luva naquele momento, já os tinha ouvido em concerto e nesta noite foram especiais. Canções pegadíssas, refrões melódicos, indie pop notoriamente Elephant Records, como só poderia ser. “Martín Pescador” é o último disco deste dúo de Gijón e sempre que o ouço sinto-me mais feliz. Espero que nos visitem em breve. Por estes dias irão a Cardiff tocar no Wales Goes Pop.
Alberto Montero entrou em cena e eu tinha muita expectativa. Escutei algumas das suas canções no dia anterior e pareceu-me extremamente interessante. A verdade é que superou todas as minhas expectativas. A solo toca em acústico em regime intimista, mas aqui apresentou-se com banda e com uma sonoridade estonteante. Alternavam entre baladas com raízes fólcloricas com guitarradas ao género de Matt Mondanile ou Marc DeMarco. Nesta altura já pensava, “obrigado Borja Alcazar (La hora del Dr. Osmond) por esta noite e pela grande selecção de bandas que conseguiste juntar!”.
No entanto ainda não tinha acabado o festim! Entretanto subiam ao palco os os Grushenka de Barcelona. Projecto que assina pela Génio Equivocado e consiste em três irmãos, Xavier, Laia e Nil baterista de apenas 14 anos. Começaram como grupo de noise pop em 2010, marcam-se pelo shoegaze e pela distorção. Excelente postura e voz de Xavier que parece já ter uma experiência supreendente considerando a sua juventude.
Por fim Las CasiCasiotone! Não eram as Casiotone for the Painfully Alone mas sem dúvida que mereciam mais gente. As pessoas já dispersavam a esta hora e apenas os mais resistentes se mantinham em frente ao palco. Não tocaram ao vivo como habitualmente também o fazem, apresentaram sim um DJSet. Grandes malhas na verdade, Moderat, John Hopkins e por aí fora…